domingo, 19 de setembro de 2010

Alimentos Orgânicos

Desde a década de 50 começaram a surgir vários estudos abordando a questão dos alimentos orgânicos.

Recente artigo publicado em uma importante revista científica apresentou uma revisão de tudo que havia sido publicado até o momento abordando este assunto. Impressionantemente mais 95.000 artigos foram levantados na literatura científica de 1958 até março de 2010, em relação aos orgânicos e seus aspectos nutricionais.

Quando se fala em alimentos orgânicos, diversas questões aparecem como: Eles são mais nutritivos? São mais saudáveis do que os alimentos comuns? São melhores para o meio ambiente? Os pesticidas utilizados dentro das quantidades permitidas fazem mal à saúde?

Muitos estudos, realizados com animais e em humanos, têm sido conduzidos com o objetivo de responder algumas destas questões e no entanto, pouco se concluiu até hoje. Umas das razões para isto é que muito estudos são conduzidos com fraco desenho experimental, por exemplo, em alguns casos não é possível afirmar que o produto analisado era realmente orgânico, pois apesar do cultivo ser adequado, o solo da região encontrava-se já muito contaminado.

Outra questão importante diz respeito aos estudos conduzidos em animais que em alguns casos são irreprodutíveis em humanos.

Muitas pessoas compram produtos orgânicos porque entendem que estes produtos são mais saudáveis, no entanto, o que a literatura tem demonstrado é que não há relação entre o consumo de orgânicos e melhora da condição de saúde.

De fato, poucos são os artigos que mostraram aumento de algum nutriente, principalmente antioxidantes, nos produtos orgânicos quando comparados com o cultivo normal. Alguns trabalhos encontram aumento de vitamina C, ferro e magnésio em produtos de origem orgânica comparados aos mesmos produtos cultivados de forma tradicional.

No entanto, quando indivíduos consumiam estes alimentos nenhum benefício extra foi encontrado. Muitos autores acreditam que uma quantidade um pouco maior de antioxidante em alguns alimentos não é suficiente para trazer benefícios ao ser humano. Mesmo porque a variedade de frutas e vegetais que são consumidos normalmente é suficiente para promover a ingestão adequada de antioxidantes.

Outro aspecto que vem sendo estudado é se o consumo de alimentos de cultivo tradicional poderia trazer algum malefício devido ao uso de pesticidas e outros produtos químicos. O que a literatura mostra é que boa parte destes resíduos são eliminados na preparação dos alimentos.

A cocção e higienização, por exemplo, podem levar a uma redução significativa nos níveis de resíduos de pesticidas em alimentos. Procedimentos comerciais de beneficiamento de grãos, como arroz, café e trigo, podem levar a uma redução de até 95% de alguns pesticidas.

Em outros casos como no mamão papaia a maior parte dos resíduos encontra-se na casca, que não é consumida in natura. No caso do tomate por exemplo a discussão é ainda maior, pois boa parte dos resíduos encontra-se na casca, onde também está a maior parte do licopeno, importante substância encontrada no tomate.

Neste caso, não há consenso se o melhor seria retirar, ou consumir a casca, segundo alguns autores a quantidade de resíduos a serem consumidos ao ingerir a casca seria muito baixa, enquanto a retirada da mesma levaria a uma redução significativa do consumo de licopeno, o que seria mais prejudicial do que o pouco resíduo a ser consumido.

O que se tem comprovadamente até o momento não justifica o consumo de orgânicos pensando em melhorar a saúde. Este consumo pode ser feito por opção, ou filosofia, mas manter o consumo de frutas e vegetais produzidos tradicionalmente até o momento não é prejudicial à saúde.

Para saber mais:
Alan D Dangour, Karen Lock, Arabella Hayter, Andrea Aikenhead, Elizabeth Allen, and Ricardo Uauy. Nutrition-related health effects of organic foods: a systematic review Am J Clin Nutr 2010;92:203–10

Retirado de Ethika

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